January 17, 2008

A força da vida londrina

O título do álbum, Untrue, adapta-se perfeitamente ao seu conteúdo. Depois de o escutar do início ao fim é impossível escapar à sensação de espanto e não nos rendermos à sua imensa grandeza, de um modo tão automático e irreversível que custa a acreditar que seja verdade.

Com o seu segundo disco, Burial, que continua a preferir permanecer sob a incógnita do anonimato, assina um trabalho que funde o dub e o 2-step com o ambient, resultando numa irresistível amálgama sonora capaz de nos transportar para onde o seu criador deseja – e no caso em questão somos irremediavelmente levados para as ruas de Londres, habitat natural de Burial.

Aliás, muito como no caso dos álbuns de The Streets, principalmente os dois primeiros (Original Pirate Material e A Grand don’t come for Free), – embora aqui, ao contrário do grime que os The Streets tão fielmente representam, e no dubstep enquanto género no qual Burial se insere, a construção lírica seja de somenos importância, confinada a samples alheios posteriormente trabalhados para se enquadrarem nas ambiências sublimemente criadas.

Uma verdadeira pérola. Negra, como a disposição das suas composições, e talvez por isso mesmo ainda mais rara.

1 comment:

Diga said...

Este vosso palavreado assusta-me. O cd é muito bom de facto, e o gajo està mesmo no mundo diferente. Mas para melhor.

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