December 15, 2007

Trio de Azes

As Sugababes sempre se desviaram do conceito de banda pré-fabricada – são uma girls band, sim, mas evitando tudo o que de pejorativo isso tem.
O novo disco, Change, regista no título a saída de Mutya Buena e consequente entrada de Berrabah para o trio multi-racial. E, apesar das mudanças, voltam a mostrar que conseguem desmontar os clichés da pop e torná-los qualquer coisa diferente, longe dos chavões de Britneys, Aguileras ou Simpsons. About you now é uma lição de como escrever um grande single, Never gonna dance again torna-se uma grande canção R&B com algo mais do que apenas um amor perdido e Surprise vence com um refrão que é pura sacarose.
Guilty pleasure ou não, estas meninas podem mais que as outras.

December 14, 2007

Aristocrata folk

Josh Ritter tem vindo, ao longo da sua carreira, a gerar uma consensual aclamação da crítica internacional o que, para quem o conheça, não é de admirar. The Historical Conquests vem confirmar tudo o que já foi dito sobre ele – que, mais do que um bom singer-songwriter, é um excelente singer e um ainda maior songwriter. Mais uma vez, a folk é tratada como realeza, arredondada e sem pontas soltas, decorada com um bom gosto inegável. “Am I singing the right blues?” pergunta ele em Rumors. Respondemos nós: “Estás sim Josh, como ninguém”.
Post Scriptum: atenção à faixa quatro, The Temptation of Adam, candidata séria a melhor canção esquecida de 2007 e de elementar audição para românticos incuráveis.

December 13, 2007

Luzes em tempos natalícios

Ainda Easy Tiger não perdeu o “gosto” a novo e já Ryan Adams volta à carga, como que teimando na confirmação da sua (re)conhecida hiper-produtividade criativa: escassos 4 meses medeiam entre o supracitado longa-duração e este Follow the Lights, EP no qual continua a fazer-se acompanhar – e bem – pelos The Cardinals.

Com sete músicas no total e ocupando pouco mais de 30 minutos, este EP pode dividir-se em duas partes distintas: as três primeiras sendo novas composições de Ryan Adams, e as quatro últimas constituindo versões, das quais uma de “Down in a Hole” dos Alice in Chains e as restantes de músicas do próprio cantor constantes em álbuns anteriores.

O início do EP não desilude, com duas das três novas canções a cumprirem de forma bastante satisfatória e a remanescente a atrair atenções. Sem dúvida alguma, “My Love for you is real” apresenta-nos um Ryan Adams à altura dos seus pergaminhos, tanto a nível lírico como musical, e com uma capacidade notável de gerir eficazmente as oscilações ao longo da música de modo a criar um excelente resultado final.

No entanto, e curiosamente, acaba por ser a segunda parte aquela que mais surpreende. Nenhuma das reinterpretações deixa os créditos dos respectivos originais por mãos alheias, mas o maior destaque acaba mesmo por ir para a versão de “This is it” com os The Cardinals – infinitamente mais conseguida do que aquela presente em Rock n Roll. “If I am a Stranger” marca presença numa interpretação interessante e bem mais calma do que em Cold Roses, e para o final fica guardada “Dear John”, desta vez sem a presença de Norah Jones como em Jacksonville City Nights mas não menos eficaz por isso.

December 11, 2007

Dúvida (interlúdio)

Todos aqueles que vêm parar a este blog vindos de uma pesquisa no google sobre "pop neve" ou "pop natal" estão à procura exactamente do quê? Não consigo perceber...

December 03, 2007

A nova festa

Fantastic Playroom, assim se chama o disco de estreia dos New Young Pony Club, que já vinham construindo considerável “hype” ainda antes do lançamento do álbum muito por culpa de viciantes singles como “Ice Cream”, “The Bomb” ou “Get Lucky”. Não, para variar estes não vêm da Suécia, vêm de Londres. E sim, desta vez (ao contrário da grande maioria das vezes no que toca a bandas britânicas), o “hype” até tem razão de existir.

Disco coerente e conciso, onde o electro impera e dançar é palavra de ordem, ainda que apresente aqui e ali alguns devaneios, sejam eles rítmicos – no caso de “Hiding on the Staircase” – ou mesmo melódicos – como a mais calma (uma vez que balada é palavra proibida num disco que se quer de festa) “Talking, talking”. Vale a pena mencionar também, para além dos três supracitados singles, “The Get Go”, que tem sido aposta regular na Radar recentemente.

Disco que cumpre, e bem, o seu propósito: música para ouvir descomprometidamente e contagiar o corpo à dança, um pouco à imagem daquilo que fazem as Cansei de Ser Sexy. Não vai ficar para a história, mas também não era isso que lhes pedíamos – e de certeza que também não era isso que eles estavam à procura.