August 29, 2008

Abigail Washburn - A kazahk melody

Um dos exemplos mais felizes de Abigail Washburn. China e Estados Unidos juntos no mesmo continente.

August 28, 2008

My Morning Jacket - Smokin from shootin

O último My Morning Jacket ficou um pouco aquém daquilo que se esperava, pelo menos atendendo àquilo que foi feito antes, como os grandes discos "It still moves" e "Z". Ainda assim, "Evil urges" tem peças interessantes, como a que segue em baixo.

Abigail Washburn - Abigail Washburn & the Sparrow Quartet

Foi patrocinada pelo governo norte-americano para fazer um tour no Tibete. Pôs o banjo entre o bluegrass americano e a música oriental, de raiz Chinesa, graças a uma viagem que a fez apaixonar pelo oriente. Está como peixe na água em palco e a sua veia compositora está bem acima da média. Abigail Washburn está aí com novo disco, o segundo, e recomenda-se.

August 26, 2008

Bon Iver - re: stacks

A melhor música daquele que é, para mim, até ver, o melhor disco do ano: "For Emma, forever ago", do norte-americano Bon Iver.

"Everything that happens is from now on"

August 24, 2008

Cinematic Orchestra - To build a home

Já tem um tempo, é certo, mas esta foi das últimas vezes em que tive de me sentar perante tal canção, mais não fosse por respeito. Versão ao vivo de música reitrada do disco "Ma fleur" - essencial.

Al Green - No one like you

Al Green em forma. É favor confirmar em baixo, em canção soul cantada com a classe de sempre, como foi feito no mais recente disco "Lay it down".

"There's no one in life quite like you"

Jakob Dylan - Something good this way comes

Quem finalmente deu de si foi Jakob Dylan, filho de não-preciso-de-dizer-o-nome, que lançou recentemente um excitante disco folk, "Seeing things".
Depois de uns Wallflowers que nunca passaram do mediocrezito, afinal o homem até tem jeito - se calhar devia era ter começado logo a solo.

August 22, 2008

The Hold Steady - Magazines

São uma das bandas norte-americanas mais criativas dos últimos anos, responsáveis por aquele que foi um dos melhores discos de 2006 ("Boys and girls in America"). Os Hold Steady voltaram a estúdio e de lá sairam com outro grande álbum no bolso, "Stay positive".
Em baixo ouvimos "Magazines", um belo exemplar.

"Magazines and daddy issues
I know you're pretty pissed
I hope you still let me kiss you"


June 06, 2008

Trivia Capas - 5ª jornada

Ranking:
John The Revelator - 2 pontos
O Puto - 2 pontos
Rita - 1 ponto

Ranking actualizado após a atribuição do ponto extra relativo à capa anterior...

Como a próxima semana é semana de Euro, e aqui os donos do tasco vão estar ambos na Suiça a vibrar com os golos de Portugal, fica já aqui a capa para a 5ª ronda do Trivia Capas, mas que apenas vai poder ser "validada" depois da fase de grupos:

June 02, 2008

Trivia Capas - 4ª jornada

Ranking:
John The Revelator - 2 pontos
Rita - 1 ponto

E eis que o John The Revelator assume a liderança do Trivia Capas...

Bom, e para manter a promessa, esta próxima capa para além do ponto normal para quem conseguir indicar a banda e o nome do álbum/single, vai dar direito a ponto extra a quem conseguir apontar a grande particulariedade que ela gerou. Esclarecidos? Ainda bem.

E o melhor de tudo é que para esta nem precisei de usar o Photoshop:

May 28, 2008

Trivia Capas - 3ª jornada

Ranking:
Rita - 1 ponto
John The Revelator - 1 ponto

Portanto, depois do John The Revelator ter adivinhado a capa do álbum dos... Depeche Mode, temos uma igualdade no primeiro lugar do ranking deste Trivia. E no último lugar também... Bom, vamos ficar-nos por aqui.

E dar-vos a capa para a 3ª ronda:

PS - para fazer referência a um post do Plano Alternativo , blog entretanto adicionado ali na coluna ao lado e da responsabilidade de não outro que o mesmo John The Revelator vencedor da 2º jornada, e que tem muito a ver com a temática deste Trivia: a exposição no Museu Serralves de cerca de 800 capas do tempo do vinil. Eu, mesmo a bastantes kms de distância, conto dar lá um salto.

May 22, 2008

Trivia Capas - 2ª jornada

Ranking:
Rita - 1 ponto

Ranking curto este, até agora...

Esqueci-me de referir uma "regra" - que, curiosamente, não obriga a nada: todas as capas que aparecerem no Trivia fazem parte da minha colecção pessoal. Ajuda ou não ajuda? Pois...

Enfim, sem mais demoras, aqui fica a segunda capa deste Trivia (também assim para o fácil, à terceira já vou começar a dificultar mais a coisa):

May 20, 2008

Trivia Capas

Bom, "and now for something completely different" (ainda que inspirado - para não dizer roubado - ao defunto e excelente Movie Quiz): um concurso aqui no Arte Del Pop. Para quebrar aquele jejum de posts da minha parte, para ver se na verdade ainda alguém gosta de comentar este blog, enfim, para satisfazer o meu fétiche particular por capas. É só escolher.

Regras do jogo:

1) Cada capa apresenta-se tal e qual foi editada, com excepção do artista e nome da obra representada que aparecerão desfocados;

2) As capas podem ser de um álbum, de um EP ou de um single, podendo este este ser maxi- ou cd-;

3) Quem quiser participar é só escrever nos comentários ao post qual o artista e qual o nome do disco que aparece;

4) Será mantido um "score" dos comentadores que forem acertando nas capas, sendo que como este trivia há-de chegar ao fim quando bem me aprouver, não se sabe bem que utilidade poderá ter.

Simples, não é? Então aqui fica a primeira capa, uma assim mais para o fácil que é para servir de chamariz (acho eu...):


PS - obviamente que qualquer dos responsáveis por este blog está fora da competição...

May 08, 2008

The Raconteurs - Consolers of the lonely

O poço criativo que é a cabeça de Jack White raramente nos falha (sim, eu sei que Brendan Benson também aqui anda – e canta – mas não posso deixar de individualizar o génio do líder dos White Stripes). Novo exemplo: o último Raconteurs é mais um exercício de blues-rock, entre o estúdio e a garagem. E talvez seja de mim, mas Jack White está cada vez mais à vontade com o seu novo grupo de amigos. Meg White está guardada para os devaneios – quando se trata de formalizar o rock, é por aqui que Jack anda.

May 07, 2008

American Music Club - The golden age

Os American Music Club não escrevem apenas boas canções alt-country, eles têm também, e sobretudo, a voz de Mark Eitzel, que acalma uma tempestade. Pegando no título de uma das canções de “The golden age”, o que sai da boca de Eitzel é beleza adormecida, e um sussurro deste homem vale mais que qualquer grito. Este monumento, que tem a américa na música e a anti-américa na letra, ficou a pouco, muito pouco, da pontuação máxima.

April 08, 2008

Counting Crows - Satuday nights and Sunday mornings

Os Counting Crows são uma boa banda e é de grande injustiça terem ficado conhecidos, para uma geração inteira, como os gajos do “Mr. Jones” – aquela música que a MTV e as rádios não se cansaram de passar, mesmo que o disco “August and everything after” tivesse muito mais canções para oferecer. Desde aí, e esquecendo um mediano “Recovering the satellites”, mostraram-se à altura do disco de estreia, quer com “Desert life” quer com “Hard candy”. Durou até aqui – infelizmente, “Satuday nights and Sunday mornings” é o disco mais fraco do colectivo de São Francisco, com faixas que se prolongam só porque sim, de baladas imóveis e parco em ideias. Vou fazer de conta que não existiu.

R.E.M. - Accelerate

Nos últimos tempos apenas “Up”, de 1998, entusiasmou verdadeiramente e foram precisos dez anos para voltarem com um disco digno do seu passado. Voltando à carga rock, indie pois claro, e de guitarra aventurosa, “Accelerate” rejuvenesceu Michael Stipe e companhia, e alarga-lhes o prazo de validade por mais uns quantos anos. Grande regresso, não só às origens como também aos grandes discos, isto se as duas coisas não significarem uma só.

April 03, 2008

Jonny Greenwood - There will be blood

Jonny Greenwood, guitarrista dos Radiohead e responsável por alguns dos melhores pedaços rock da história do género, aceitou o desafio de gravar a banda sonora do brilhante filme de P.T. Anderson, “There will be blood”. Mudou na forma (pôs a guitarra de lado e pegou num violino) mas não no conteúdo (a inquietação nervosa mantém-se) e criou um disco ácido, tenso e premente. E, pormenor importante quando se fala de movie sountacks, Greenwood consegue não ser maçador, ganhando ao apostar em canções curtas.

March 28, 2008

Mark Ronson - Version

“Version” é, adivinharam, um disco de versões, algumas boas, melhores até que os próprios originais (“Valerie” dos The Zuttons, cresce na boca de Amy Winehouse), outras talvez um pouco forçadas demais (“Stop me” dos Smiths, é demasiado entediante, coisa que os Smiths nunca foram). Acaba por ficar como uma brincadeira curiosa de alguém que joga bem no pitch sonoro.

Vampire Weekend - Vampire weekend

Pensem nuns Animal Colective menos tribais, deslizem-nos da Primavera para o Verão, encharquem-nos em sumo mesclado de frutos tropicais, juntem açúcar em doses industriais e cá estão eles, os novos sonhadores da pop e já uma das revelações do ano, Vampire Weekend. O debutante álbum da banda Nova-Iorquina é uma pincelada de percussões Africanas (“Mansard Roof”), guitarras indie (“A-Punk” ou a brilhante “Cape Cod Kwassa Kwassa”), e pop clássica (“M79”), que ilumina dias de chuva como só um arco-íris consegue. Mais importante que tudo: os Vampire Weekend não temem o absurdo, que é como quem diz, não temem a pop, e vão exactamente onde querem. Em cheio.

(*) - Texto publicado na Revista Blitz (Capa de Abril de 2008)

Atlas Sound - Let the blind lead those who can see but cannot feel

Quanto mais ouço “Let the Blind...” menos percebo o que tem Bradford Cox – criador do projecto Atlas Sound – de tão especial que justifique todos os elogios recebidos recentemente. O disco é um mero exercício de investigação, que é bem mais exploratório do que experimental. Avançando pela electrónica de guitarras pós-rock, as ideias vão-nos passando pelos ouvidos, sussurrantes e tímidas, faixa atrás de faixa, e só tomam forma por duas ou três vezes em Cold as Ice, Scraping Past e Ativan – esta última, valha a verdade, muito boa. Cox faz um research sonoro vasto, o problema é que isso não basta – é preciso resultados, e este “Let the Blind...” escava muito mas encontra pouco.

(*) - Texto publicado na Revista Blitz (Capa de Abril de 2008)

March 27, 2008

Adele -19

O single “Chasing Pavements”, muito sinceramente, não me mobilizou. Felizmente há “Daydreams”, “My same” ou “Melt my heart to stone”, a mostrar que nem tudo é enfadonho em “19”. A boa notícia é que Adele resiste à frequente tentação de ornamentar demasiado as canções com a sua voz, que é boa embora algo comum. Falta-lhe só pôr a vida nas palavras, como Amy Winehouse faz, para ser mais do que uma agradável cantora soul.

March 24, 2008

Goldfrapp - Seventh tree

Em 2000 surpreenderam com “Felt mountain”, aquele disco invulgar que cheirava a uns Portishead campestres. Em 2003 surpreenderam com “Black Cherry”, álbum que contrariava o anterior por retirar os Goldfrapp do bucolismo e os colocar bem no meio da cidade. Em 2006 surpreenderam com “Supernature” por se apresentarem, sem qualquer pudor, como uma banda pop. “Seventh tree”, de 2008, não surpreende em nada mas desde quando é que os Goldfrapp têm de ser Houdini? Um regresso a “Felt mountain”, de certa forma aligeirado, mas cheio de boas canções.

Michael Jackson - Thriller

Pouco mais há a dizer de “Thriller”. Já sabemos que vendeu como água no deserto, que tem tudo o que há de bom e evita tudo o que há de mau em Michael Jackson, que “Wanna be startin’ somethin’” ou “Billie Jean” são perfeitas, que ainda hoje se ouve como se de uma moderna produção Timbaland se tratasse. Há ainda uns extras no final que renovam as versões originais – apenas uma desculpa para revisitarmos um disco que, na sua estrutura original, é soberbo. Ouvindo “Thriller” percebemos por que razão, durante tanto tempo, Michael Jackson foi o rei da pop.

March 18, 2008

Matt Costa - Unfamiliar faces

Tom Dumont, guitarrista dos No Doubt, foi o primeiro a pegar nele. Seguiu-se Jack Johnson que o protegeu dentro da sua própria editora. Com uma mistura de mérito e sorte, Matt Costa viu-se rapidamente a gravar dois EPs em pouco tempo, e logo depois o consequente disco que os compilava. “Songs we sing”, o tal álbum, era uma interessante colecção de canções que conseguia estar bem acima daquilo que o patrão Jack tinha feito em “In between dreams”, com referências a Stephen Malkmus, Beatles e Beach Boys. De costas quentes, gravou este “Unfamiliar faces” que agora nos chega. São poucos os momentos que nos agarram e, os que o fazem, são ideias de outros na cabeça de Matt Costa – “Cigarette eyes”, como melhor exemplo disso, é Blur descarado (lembram-se de “Coffee and TV”?). Eu e todos os que tiveram “Songs we sing” nas mãos esperávamos mais que isto.

March 16, 2008

The Mars Volta - The bedlam in Goliath

“Já sabemos que tocas bem, homem.” – eis o que apetece dizer a Omar Rodriguez-Lopez, guitarrista virtuoso dos The Mars Volta (uma das partes dos antigos At the Drive-In). É pena, mas ao final de quatro álbuns já se percebeu que é isto que Omar e Zavala querem fazer: rock psicadélico, para lá do progressivo, de solos intermináveis e, na sua maior parte, muito pouco acessíveis. Se, por um momento da sua carreira, conseguissem ceder um pouco a padrões mais convencionais, talvez fizessem uma obra próxima daquela que foi “Relationship of Command”, o fabuloso último disco dos At the Drive-In. Assim como estão, limitam-se a ser tecnicamente muito bons, o que já não é mau, mas não podemos ficar indiferentes a este esbanjar de talento.

March 07, 2008

Jimmy Eat World - Chase this Light

Recuando uma década, lembramo-nos que os Jimmy Eat World tinham origem punk. Hoje, ouvindo "Chase This Light", só à lupa e muito a martelo é que conseguimos descortinar algum traço desse tempo. Desde "Clarity" e, sobretudo, Bleed American (título que acabou por ser removido por atentar contra a moral americana pós 11 de Setembro) que a banda se atira descaradamente ao emo, e assim se tem mantido até agora. O novo disco volta a carregar na power-pop: “Big Casino”, “Feeling Lucky” e “Let it Happen” são dignas de um qualquer filme teen, passado num qualquer liceu americano, protagonizado por um qualquer par de apaixonados. Nada mau, mas ficamos com a sensação que Bleed American fazia o mesmo - em melhor. (*)

(*) - Texto publicado na Revista Blitz (Capa de Março de 2008)

March 04, 2008

Marah - Angels of destruction!

Vêm de Filadélfia e, por muito que o eclectismo disfarce, são americanos até aos ossos. Andam nisto há mais de dez anos e até já tiveram direito à sua pequena obra-prima de nome “If you didn’t Laugh you’d Cry”. O novo disco, “Angels of Destruction!”, acrescenta dois novos temas à lápide Marah: “Blue but Cool” balada de piano colorido, quase country, salpicada com guitarra e vozes soul; e “Santos de Madera” que pede um pé de dança desgarrada. A consistência é imagem de marca dos Marah e Angels of Destruction! não compromete nada nesse sentido, mas falta-lhe um pouco mais de sarcasmo e um pouco menos de optimismo para chegar às obras maiores dos Hold Steady. (*)

(*) - Texto publicado na Revista Blitz (Capa de Março de 2008)

The Helio Sequence - Keep your eyes ahead

Este é um disco de recuperação para o duo The Helio Sequence. Depois de Brandon Summers ter levado a sua voz para lá do seu próprio limite em “Love and distance”, excesso que o levou a um longo processo de reabilitação vocal, “Keep your eyes ahead” parece surgir como um disco de vontade. Rock electrónico, tradicional e em formato canção, de traço simples mas vincado, que funciona como um bom welcome back da banda.

March 03, 2008

K.D. Lang - Watershed

K.D. Lang mostra, mais uma vez, como puxar a country para os anos de hoje, não através da actualização da produção musical, mas sim pelo classicismo requintado com que reveste as suas canções.
Nada que não tenha sido já conseguido, por ela e por outros, mas só o facto de Watershed ser outro bom exemplo de excelência revela o quanto a country não tem, necessariamente, de ser uma coisa de rednecks.

The Mountain Goats - Heretic pride

John Darnielle é, de forma tão óbvia, o faz-tudo dos Mountain Goats que bem podiam mudar o nome da banda para um substantivo singular. Caseiro, como é costume, Darnielle dá-nos em “Heretic pride” treze mini-estórias normalmente cantadas à viola, da forma mais sincera possível.
São quase todas canções de amor, ou desespero, ou ambas: “Stand with my arms at my sides as you open up the door/ I’m out of my element/ I can’t breathe” – é apenas um exemplo em vários possíveis da poesia maior de Darnielle. E quem diz “every moment leads toward it’s own sad end” explica-se como muito poucos o fizeram dentro e fora da música.

February 28, 2008

Shelby Lynne - Just a little lovin'

Shelby Lynne não inventa, e é isso que a afasta, felizmente, das bafientas divas burguesas. Canções como “You don’t have to say you love me” ou “I only want to be with you” seriam facilmente arruinadas na voz de uma Celine Dion, que adora exibir os seus dotes vocais em detrimento da música que a acompanha; Lynne, pelo contrário, dá às suas músicas apenas aquilo que é preciso, e deixa-as respirar, sem qualquer marca de exibicionismo.
É a tal diferença entre ter boa voz e cantar bem. A voz certamente que ajuda, mas gente dessa há demasiada neste mundo – como no fado, é a alma que conta, e Lynne tem mais alma que qualquer outra.

February 26, 2008

Lenny Kravitz - It is time for a love revolution

Tenho andado a pensar em algo que seja tão mau para os ouvidos como o último de Lenny Kravitz e talvez uma otite, daquelas tramadas, lá chegue. O homem, além de nos presentear com aquelas baladuchas que já lhe devem sair da boca sem sequer ter de pegar numa guitarra (ouça-se o single “I’ll be waiting”), e aquele rock próprio de um velho que se orgulha de ainda ser rebelde (ouça-se a execrável “Love revolution”), não nos poupa na duração do disco, que é interminável.A sua audição é mais que recomendável se o objectivo for castigar alguém, caso contrário, não há justificação possível para esta perca de tempo.



February 25, 2008

Drive-by Truckers - Brighter than creation's dark

E com “Brighter than creation’s dark” os Drive-by Truckers abriram as hostes. Não pensem que é leviandade minha, já o ouvi vezes suficientes para largar a frase bomba sem ter medo de, mais tarde, me arrepender: este é, definitivamente, um dos discos de 2008, independentemente do que aí venha. De um total de dezanove canções, qualquer uma, tirada ao acaso, nos leva para o que há de mais genuíno na canção americana.
Nada – repito, nada – está a mais, e tudo se conjuga em perfeição numa das maiores homenagens feitas à country, pela via rock. É certo que discos de duração exagerada dão, regra geral, em desperdício. Mas repito, regra geral. Porque “Brighter than creation’s dark” é uma hora e um quarto de vida numa rodela de plástico.

February 20, 2008

Jack Johnson - Sleep through the static

Falar de um novo disco de Jack Johnson é um desafio à criatividade descritiva. É que desde “Brushfire Fairytales”, disco de estreia, podemos dizer exactamente a mesma coisa sobre cada um dos seus sucessores. Que dizer de novo, então, em relação a “Sleep through the Static”? Pouco, muito pouco. A sua grande (e única) vantagem é conseguir ser melhor que a monotonia absoluta que foi “In between dreams”, mas, de resto, mantém-se o tradicional duo guitarra/voz, em registo lento, que quando acelera a única coisa que faz é tocar ao de leve no reggae.
Claro que podemos sempre dizer que Jack Johnson está mais adulto, que mostra maior preocupação com a composição e que o piano dá mais sinais de si, mas isso era esconder o que importa: Jack Johnson está igual ao que sempre foi, e se alguns se podem dar a esse luxo, ele não pode – a sua pop acústica de praia ao pôr do sol é datada, e a sua validade já expirou há muito.