September 13, 2007

Um tigre é sempre um tigre

E eis que num ano de regressos, surge Ryan Adams. Regresso este que tem a particularidade de parecer que sucede a um longo silêncio quando, na verdade, apenas há pouco mais de ano e meio tivemos direito a três (!) álbuns de Ryan Adams, sendo um deles duplo...

Comecemos pela dualidade presente no título: Easy Tiger, como se algum tigre pudesse ser descrito enquanto “easy”, ou como se para acalmar um animal como o tigre bastassem estas palavras... E no entanto não deixa de ser uma excelente metáfora para a obra que Ryan Adams, qual tigre/génio irreverente e incontrolável, desenvolve ao longo das treze faixas aqui presentes.

Em Easy Tiger – que é um álbum bem mais fácil, ainda que isso não implique que seja melhor ou pior, do que o seu predecessor, 29 –, Ryan Adams agrupa e percorre as várias influências que o conjunto dos seus álbuns apresent(ar)am ao longo de uma já profícua carreira. Desde os tempos mais country dos extintos Whistkeytown (“Pearls On A String”) até aos mais calmos Love is Hell (“I Taught Myself How to Grow Old”), desde o primordial Heartbreaker (“These Girls”) ao recente Jacksonville City Nights (“Tears Of Gold”), e passando pelo ovni Rock’n’Roll (“Halloweenhead”), Ryan Adams tudo junta, tudo mescla – e, como dizia Lavoisier, no final nada se perde. Arrisco mesmo acrescentar: tratando-se do senhor que se trata, só se pode ganhar.

Para além deste novo lançamento, Ryan Adams anunciou que ainda este ano irá ser lançada uma box, contendo dois álbuns originais que nunca chegaram a ser editados (provavelmente devido à clarividência ofuscante dos senhores que comandam as editoras), para além de agrupar diversas raridades e b-sides que tiveram direito a edições exclusivas e limitadas. Ou seja: não parece haver motivo para temer uma quebra na produtividade deste enfant terrible do “alt country”. Ele está aqui para durar.

1 comment:

Anonymous said...

Subscrevo por baixo!
Continua com o bom trabalho.

http://coffeeparadois.blogspot.com/