
Three Imaginary Boys, dos The Cure, apresenta-nos o início do génio pop, na altura com muitos laivos punk, de Robert Smith. Com uma sonoridade mais crua do que a que viriam a apresentar numa fase posterior da sua carreira (nomeadamente a partir de The Head On The Door), mas que surge como característica principal ao longo dos seus quatro primeiros álbuns, este primeiro longa-duração apresenta-nos uma capa onde o título aparece “traduzido” na imagem: os tais três rapazes imaginários (os membros da banda?) surgem como… um candeeiro, um frigorífico e um aspirador, sobressaindo de uma parede de fundo e um chão tristemente cor-de-rosa – parece uma contradição quando escrito, mas depois de vista a fotografia não o é tanto assim. A home life, e o porquê de ser tão desesperante para toda uma geração, sem necessitar de explicações.

Surgia em Machester, ao mesmo tempo, uma banda que teria uma importância no desenvolvimento da música moderna como a conhecemos inversamente proporcional ao seu tempo de vida. O primeiro álbum da Joy Division, Unknown Pleasures, é um álbum pesado, por vezes soturno e asfixiante, coroado pela sua bateria mecanizada, o baixo “melódico-depressivo” e a voz lúgubre de Ian Curtis. Uma obra assim dificilmente poderia ter uma capa que melhor se lhe adaptasse, e da autoria de alguém que não necessita de apresentações – o inigualável artista gráfico Peter Saville. Tanto a música da Joy Division como as capas dos seus trabalhos serviram de inspiração para muitos que se seguiram na febre pós-punk, quais figuras inspiradoras para a criação de outros. Hipnotizante.
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